A América Latina ilumina a tela de prata: 10 diretores de destaque do ano passado
O cinema latino-americano cativou o público com suas histórias vibrantes, comentários sociais e estéticas distintas. No ano passado, essa tendência continuou com uma poderosa onda de filmes comandados por talentosos diretores latino-americanos. De autores estabelecidos a estrelas em ascensão, esses cineastas estão ultrapassando os limites, obtendo aclamação da crítica e deixando sua marca no cenário cinematográfico global. Aqui, nos aprofundamos nas obras de 10 diretores que tiveram um impacto significativo no ano passado:
1. **Alonso Ruizpalacios (México):** Ruizpalacios não é estranho ao reconhecimento internacional, tendo conquistado a Berlinale Silver Bear por "Güeros" (2014). Este ano, ele voltou com a obra-prima sombria e cômica, "A Cop Movie" ("Una Película de Policías"). Situado na década de 1970 na Cidade do México, o filme segue três policiais navegando pela corrupção e ambiguidade moral de sua profissão. Ruizpalacios combina com maestria humor e crítica social, criando um filme divertido e instigante.
2. **Clara Roquet (Espanha):** A diretora espanhola Clara Roquet ganhou destaque com sua estreia, "The Summer of Matilda" ("El Verano de los Mitchell"). Esta pungente história de amadurecimento segue uma menina de seis anos lutando contra a dor e a dinâmica familiar durante as férias de verão no campo espanhol. A direção sensível de Roquet e o desempenho cativante da jovem Anna Castillo como Matilda repercutiu com o público e os críticos, ganhando o filme uma indicação ao Prêmio Goya de Melhor Novo Diretor.
3. **Amat Escalante (México):** Amat Escalant é conhecido por seu estilo ousado e inabalável. Este ano, ele ampliou ainda mais os limites com "Dreams in the Desert" ("Hierve la Sangre"). Situado em uma estância termal geotérmica no centro do México, o filme explora temas de desejo, sexualidade e luta de classes por meio de uma narrativa onírica e inquietante. "Dreams in the Desert" não é para os fracos de coração, mas é uma prova da visão artística de Escalante e sua capacidade de desafiar os espectadores.
PRODUÇÃO MULTIMÍDIA
Teatro, Rádio, Televisão, Cinema e Web
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4. **Gabriela Alejandra Muriel (Colômbia):** A cineasta colombiana Gabriela Alejandra Muriel fez uma estreia poderosa com seu documentário "So So Much So Fast" ("Niña Errante"). O filme investiga as complexidades da sociedade colombiana por meio da história de Natalia, uma jovem transgênero navegando pela pobreza, pelo preconceito e pela luta pela auto-aceitação. O retrato íntimo e empático de Muriel de Natalia conquistou o filme internacional aclamado, solidificando sua posição como uma voz promissora no cinema latino-americano.
5. **Karim Aïnouz (Brasil/Argélia):** Karim Aïnouz, cineasta de dupla herança brasileira e argelina, apresentou um retrato comovente e visualmente impressionante do exílio com "A Memória da Água" ("Memoria de agua"). O filme segue uma jovem que retorna à sua cidade natal argelina depois de anos no exterior, lutando contra a perda, a identidade e os fantasmas do passado. O estilo poético de Aïnouz e a exploração do filme de temas universais de memória e pertencimento ressoaram com o público em todo o mundo.
6. **Isidora Jiménez (Chile):** A diretora chilena Isidora Jiménez criou um filme visualmente impressionante e instigante em "The Wandering Wind" ("Hijos del Desierto"). Situado no deserto de Atacama, o filme explora temas de isolamento, perda e conexão entre a humanidade e a natureza. O uso magistral da paisagem de Jiménez e o ritmo lento do filme criam uma experiência fascinante, deixando os espectadores ponderando sobre as complexidades da existência humana.
7. **Tatiana Huezo (El Salvador):** A aclamada cineasta salvadorenha Tatiana Huezo voltou com uma poderosa exploração da maternidade e da guerra em "Orações pelos Roubados" ("Noche de Fuego"). Situado durante a Guerra Civil de El Salvador, o filme investiga as experiências de três meninas que vivem sob constante ameaça de violência e sequestro. O retrato sensível de Huezo dessas jovens e a atmosfera assustadora do filme fazem de "Orações pelo Roubato" um testemunho inesquecível da resiliência do espírito humano.
8. **Sebastián Lelio (Chile):** Sebastián Lelio, diretor vencedor do Oscar de "A Fantastic Woman" (2017), continuou sua exploração da identidade de gênero com "The Wonder" ("La Maravilla"). Este drama histórico segue uma jovem enfermeira enviada a uma vila rural na Irlanda do século 19 para avaliar uma jovem que afirma ter sobrevivido por meses sem comida. A direção magistral de Lelio e as performances cativantes de Florence Pugh e Tom Burke fazem de "The Wonder" um filme visualmente impressionante e instigante.
9. **Jota Peleteiro (Brasil):** Jota Peleteiro emergiu como uma nova voz no cinema brasileiro com a sombria comédia "Clean Slate" ("Veneza").